domingo, 21 de junho de 2009

Sobre o Amor ou a Sua Falta



Não tenho aqui a pretensão de inovar nesse tema, pois grandes filósofos, poetas, músicos, escritores, mestres espirituais já o fizeram, ou explicaram, com seu exemplo o que é o Amor; mesmo porque esse sentimento não se resume em uma só palavra ou conceito, mas em muitas palavras e conceitos que de fato podem chegar a definir isso, que é o que de mais nobre podemos sentir. E também porque cada ser experiencia o amor de forma diferente, de acordo com o seu nível de consciência e nível de abertura para ser um canal através do qual esse Amor pode se expressar.

Alguns dizem que os animais não amam, que são seres ainda inferiores e que por isso não podem chegar a amar. Tirando a capacidade de pensar e perceber-se com um ser separado do todo, que é no que o animal se diferencia dos seres humanos, aqueles possuem todos os sentimentos que temos, incluindo o amor. Não digo os mais selvagens, mas os domésticos que são os que já estão na fila para darem um salto evolutivo e tornarem-se seres humanos; o cachorro, gato, golfinho, elefante, cavalo, dentre outros, já amam como nós.

Estou fazendo questão de tocar nesse assunto, pois se quisermos entender o que é o amor puro, sem a interferência da mente, mas a expressão do amor puramente desinteressada, devemos observar esses seres. Porque é justamente a mente que atrapalha, o racional, que por sua vez nos leva a julgar o tempo todo e a escolher a quem devemos amar, como amar e quando amar; mas será que isso é mesmo amor? Será que existe o amor egoísta, o amor orgulhoso, o amor seletivo? Será que essa combinação de amor é algo que nos soa natural? Não nos parece estranho?

Bom, desnecessário dizer que se não for desinteressado, o amor não é amor. Porque é o sentimento que faz com que desejemos o melhor para o outro sem esperar nada em troca, assim como almejamos o nosso próprio bem. É um sentimento que nos faz estar na pele do outro, sentir pelo outro, pensar pelo outro, ser o outro, chorar pelo outro, ou se regozijar por ele. É algo que nos faz sentir grandes, porém destituídos de orgulho; é algo que toca a Presença Divina dentro de nós, por isso o amor é tão indefinível, indiscritível, pois como definir o próprio Deus? Deus é Amor e disso não temos dúvida. Nosso vocabulário se torna inexpressivo diante de tanta nobreza.

Amando o outro de coração aberto estamos de fato amando a nós mesmos, pois não há qualquer separação entre o outro e nós. O que fazemos para os outros fica marcado em nós, tanto de positivo quanto de negativo. E o que nos faz sermos completamente Unos com o outro é a nossa Fagulha Divina, essa identidade que está presente não só em nós como em cada ser e criatura vivente neste planeta. O que fazemos para cada ser e para o nosso planeta estamos fazendo para nós mesmos.

Nosso universo é Amor. Essa é a energia, a substância que faz nosso universo coeso; sem amor nosso universo sucumbiria. E isso é ainda um grande mistério. Pela falta desse nobre sentimento é que muitas civilizações (e planetas) sucumbiram, como a Atlântida, por exemplo. Atlântida desapareceu devido ao mal uso do poder, a despeito de toda tecnologia que desenvolveram, inclusive, bem mais avançada do que a da nossa civilização atual. Tornaram-se magos negros, manipulando a energia para satisfazer seu próprio ego. Esse é o outro lado para o qual devemos estar sempre vigilantes para não cairmos nas armadilhas da falta de amor que, em última instância, nos sucumbe.
Se amor é sacrifício, então o sacrifício é o do próprio ego; se você quer experimentar o amor em toda sua plenitude terá que sublimar o ego, pois como esse é um ente separatista por natureza e o amor agregador, por natureza, ambos se excluem. Mas todos temos nossos limites e cada um deverá sentir até onde pode ir; tudo a seu tempo, pois ninguém pode pretender amar como Jesus ou Buda se o coração ainda está no processo de despertar. Um passo de cada vez, mas mantendo a intenção.

É inevitável que o amor nos faça sofrer, não o tempo todo, claro, mas de certa forma, porque quando amamos galgamos um certo nível de consciência que nos faz perceber boquiabertos a falta de amor que ainda possui a grande maioria dos seres humanos.
Sobre o ódio e tudo o que esse sentimento acarreta, o que podemos falar é que ele é simplesmente a falta de amor. Isso basta para compreendermos o que é estar na energia do amor ou não estar.

Que tal nesta semana começarmos a colocar o amor em tudo o que fazemos e a percebermos o retorno dessa energia? Podemos comeaçar pelas pequenas coisas e ir aos poucos ampliando esse amor. Percebam o que irá ocorrer, percebam como a intenção amorosa pode transformar tudo o que está à volta.
O Retorno do Cristo, creio eu, será a disposição de cada um de pensar, sentir e agir com amor; somente uma pequena intenção poderá mover montanhas até que a paz seja restaurada em nosso planeta; até que Deus possa entrar definitivamente em nossas vidas e passe a atuar como um constante milagre.

Amor e Paz,

por Daniele Alvim - contato@danielealvim.com.br site:STUM

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